Como é a entrada no mercado de trabalho para os jovens? Que trabalhos preferem? E os desafios? Diana Sousa, consultora de recrutamento e seleção especializado do Clan, debruçou-se sobre estas questões, em entrevista ao Economia ao Minuto.

A cultura de trabalho em Portugal está a mudar e esse sentimento tornou-se mais palpável após a pandemia de Covid-19, um evento que obrigou as empresas a fazer aquilo que até ali era quase tabu: mudar, adaptar e flexibilizar a sua relação com os trabalhadores.
Numa altura em que a taxa de desemprego está a subir (aumentou para 6,7% no quarto trimestre de 2024), a cultura da empresa continua a ser um fator decisivo, talvez não para aceitar uma oferta de emprego, mas com certeza para lá permanecer a longo prazo.
Diana Sousa, consultora de recrutamento e seleção especializado do Clan, falou com o Economia ao Minuto sobre os desafios que os jovens enfrentam hoje em dia no mercado de trabalho, sublinhando a “crescente valorização da flexibilidade e do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional”, mudanças que as empresas devem “acompanhar” e “promover”.
A especialista debruçou-se, ainda, sobre o teletrabalho, os seus benefícios e o impacto deste na relação entre empregador e trabalhador.
No que respeita a que empresas mais optam por trabalho remoto, Diana Sousa enumera os setores do “marketing, IT, consultoria e Apoio ao Cliente (call-center e áreas de suporte técnico)”.
De acordo com a sua experiência, quais são os maiores desafios à entrada dos jovens no mercado de trabalho?
Um dos principais desafios para os jovens na entrada do mercado de trabalho é a exigência de experiência, mesmo em posições juniores. A importância dada pelas empresas à experiência prévia supera, por vezes, o valor do potencial de desenvolvimento dos jovens, limitando as oportunidades para aqueles que estão a começar.
Adicionalmente, muitos não têm uma rede de contactos sólida, nem um conhecimento profundo do mercado. Isso acaba por criar uma barreira adicional, pois fica mais difícil identificar oportunidades e obter orientação para avançar na carreira.
Além disso, apesar de os estágios serem uma boa porta de entrada, podem não resultar numa oportunidade concreta de emprego, ou seja, pode criar alguma frustração, uma vez que não há garantias que essa experiência seja valorizada ou que se traduza numa oportunidade real.
Ao contrário do que acontecia noutras gerações, agora é mais rara a construção de uma carreira de mais de uma década no mesmo local de trabalho. Que fatores mais contribuem para esta realidade?
A crescente valorização da flexibilidade e do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional leva muitos jovens a não se conformarem com um contexto que não oferece essas condições e a procurar empresas com culturas alinhadas aos seus valores, onde se sintam bem e, consequentemente, possam contribuir de forma mais eficaz. Essa procura por melhores condições, sejam elas financeiras ou culturais, que promovam o nosso desenvolvimento e bem-estar não deve ser confundida com ‘perfil saltitão’ do passado.
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