O Alívio Fiscal do IRS em agosto e setembro de 2025

2025-09-30

alívio fiscal

Mais dinheiro na conta… mas com cautela

Nos meses de agosto e setembro de 2025, muitos trabalhadores viram aumentar o valor recebido no seu salário líquido. Ou seja, entrou mais dinheiro na conta bancária.
No entanto, importa compreender exatamente o que é que este acréscimo significa. Não se trata de uma redução do imposto cobrado, mas sim da antecipação de parte do reembolso que será pago em 2026.

Rendimento bruto, líquido e liquidez

Antes de explicar melhor a medida, importa esclarecer alguns conceitos.

Quando assinamos um contrato de trabalho, comprometemo-nos a prestar um serviço em troca de um salário a que damos o nome de rendimento bruto. Esse valor não corresponde ao que efetivamente recebemos na conta, uma vez que é alvo de um conjunto de descontos:

  • Segurança Social: todos os rendimentos brutos têm uma contribuição de 11% (taxa fixa).
  • IRS: varia consoante o rendimento anual e aplica-se de acordo com os escalões de IRS – quanto maior o rendimento, maior a taxa.

O que sobra depois destes descontos é o rendimento líquido, ou seja, o valor que efetivamente recebemos. A essa disponibilidade de dinheiro na conta chamamos liquidez.

O que mudou em 2025

Em agosto de 2025, o Governo atualizou os escalões de IRS, aumentando os limites superiores de cada escalão. Em termos práticos isso significa que alguns rendimentos passaram a ser tributados a uma taxa mais baixa, por terem descido de escalão.

Além disso, o Governo decidiu também aplicar a medida retroativamente a partir de janeiro de 2025, devolvendo nos salários de agosto e setembro o imposto pago a mais entre janeiro e julho.

⚠️ Atenção: esta medida não se aplicou a trabalhadores independentes (recibos verdes).

Antecipação do reembolso

O aumento de rendimento líquido em agosto e setembro não resultou somente de uma descida de IRS no imediato, mas principalmente de uma antecipação do reembolso a que os contribuintes teriam direito em 2026.

Ou seja, em vez de receber esse valor na altura do acerto de contas anual (abril/junho de 2026), parte dele foi adiantado já em 2025.

O que esperar a partir de outubro

  • Em outubro passarão a vigorar as tabelas definitivas de retenção de IRS.
  • Há um alívio fiscal real, mas modesto: entre 0,4% e 0,6% para rendimentos até 6.297 € brutos mensais.
  • Os salários líquidos, contudo, voltarão aos valores mais próximos do habitual, já sem o “bónus” da devolução retroativa.

Risco no encontro de contas de 2026

Durante o ano, todos nós vamos pagando impostos ao Estado de forma “antecipada”, sendo esse imposto retido pela entidade empregadora no próprio recibo de vencimento.

No ano seguinte, entre abril e junho, cada pessoa entrega a sua declaração de IRS, onde declara às Finanças exatamente quanto ganhou e que despesas tem (saúde, educação, habitação, etc.), que podem dar direito a deduções.

Com as informações patentes nessa declaração, o Estado faz as contas ao imposto que realmente deves pagar pelo teu rendimento do ano anterior e quanto já pagaste ao longo do ano,através das retenções mensais efetuadas pela tua entidade empregadora.

A partir desse cálculo, o Estado compara se pagaste mais ou menos do que devias:

  • Se foi a mais, devolve-te a diferença através da emissão de um reembolso (ou seja, o dinheiro é transferido para a tua conta bancária).
  • Se foi a menos, diz-te qual é o valor que ainda terá de ser pago, emitindo uma nota de cobrança que deverá ser liquidada.

O encontro de contas é o “acerto final” entre o que já foi adiantado e o que realmente devia ser pago de IRS.

Ora, se em 2025 o estado já está a devolver parte desse valor, em 2026, nos casos em que o reembolso de IRS já era baixo no passado, poderemos passar de uma situação de reembolso (em que recebemos o IRS pago a mais) para uma situação de emissão de nota de cobrança pelas finanças (onde temos de passar a pagar IRS).

💡O que recomendam os especialistas

Para evitares surpresas desagradáveis em 2026, os especialistas em finanças pessoais sugerem:

  • Não gastar todo o valor extra recebido em agosto e setembro.
  • Guardar esse montante numa poupança de baixo risco, que permita resgatar o capital sem perdas.
  • Se possível, escolher uma aplicação com rendimento acima da inflação (cerca de 2%) para proteger o valor ao longo do tempo.

Assim, se o acerto de contas em 2026 resultar em imposto a pagar, haverá uma reserva disponível para o cobrir.

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