
Se estás a terminar a licenciatura ou acabaste de iniciar a tua vida profissional, provavelmente já te perguntaste o que as empresas valorizam de verdade quando contratam um jovem recém-licenciado. A resposta pode parecer simples, mas na prática envolve muito mais do que boas notas, estágios curriculares e uma média “simpática”.
Neste artigo, reunimos tendências atuais e os erros que mais afastam candidatos, para que saibas exatamente como te destacar.
O que procuram as empresas num jovem recém-licenciado em 2026?
A pergunta que todos fazem é também a palavra-chave deste artigo. E a resposta mais honesta é esta: as empresas procuram jovens que acrescentem valor logo no início, mesmo que ainda estejam a aprender. Não esperam que saibas tudo, mas esperam que queiras aprender tudo.
O que realmente pesa na decisão final vai muito além da área de estudo. O que conta mesmo é a combinação entre curiosidade, atitude, capacidade de comunicação, abertura ao feedback e maturidade profissional.
As empresas procuram jovens que:
- demonstram vontade genuína de aprender;
- mostram autoconsciência e sabem falar sobre os seus pontos fortes e fracos;
- conseguem adaptar-se ao ritmo de trabalho;
- têm respeito pelos processos, equipas e clientes.
Parece básico, mas é precisamente isto que distingue quem é contratado de quem fica sempre “em análise” até desaparecer da shortlist.
Soft skills que fazem diferença (e que recrutadores confirmam todos os dias)
1. Comunicação clara
Comunicar não é saber falar muito. É saber explicar ideias com clareza, fazer perguntas quando é preciso e ajustar a forma de falar ao contexto. Jovens que comunicam bem fazem onboarding mais rápido e constroem confiança com a equipa em pouco tempo.
2. Capacidade de resolver problemas
Um recém-licenciado não precisa de resolver crises complexas. Mas precisa de mostrar iniciativa quando surge um obstáculo. É a diferença entre quem diz “há um problema” e quem diz “encontrei isto, tentei isto e preciso de ajuda aqui”.
3. Aprendizagem contínua
As empresas procuram pessoas que saibam aprender sozinhas. Consultar documentação, procurar fontes credíveis, experimentar novas ferramentas e mostrar evolução real é algo que pesa muito numa contratação.
4. Gestão básica de tempo
Não se espera perfeição, mas espera-se organização. Saber usar uma agenda, cumprir prazos e não deixar tarefas esquecidas é meio caminho para ganhar autonomia mais depressa.
5. Maturidade emocional
Conseguir lidar com correções sem drama, aceitar feedback e perceber que ninguém está contra ti por apontares melhorias. Este ponto é decisivo nos primeiros meses de trabalho.
Erros comuns que afastam candidatos (e que são mais frequentes do que imaginas)
Os recrutadores contam sempre as mesmas histórias, porque os erros repetem-se ano após ano. Aqui ficam os mais graves.
1. Falar como se já soubesses tudo
A autoconfiança é ótima, mas a arrogância é um truque rápido para perder uma vaga. Quando um recém-licenciado tenta mostrar que sabe mais do que a equipa, os recrutadores antecipam problemas futuros.
2. Não saber explicar o teu percurso
Se te perguntam porque escolheste o teu curso, um estágio ou uma atividade extracurricular, tens de saber contextualizar. “Porque sim” não demonstra maturidade nem direção.
3. CV sem foco e demasiado genérico
Um CV que tenta agradar a todas as vagas acaba por não encaixar em nenhuma. Ajustar o documento ao tipo de função mostra que tens intenção real e não estás apenas a candidatar-te por volume.
4. Desconhecer a empresa onde estás a entrevistar
Este erro continua a ser dos mais fatais. Não precisas de saber o nome dos fundadores, mas tens de saber o que a empresa faz, para quem trabalha e porque te identificas com o setor.
5. Expetativas desalinhadas
É comum jovens acharem que a primeira função vai incluir grandes responsabilidades estratégicas. O início de carreira implica tarefas simples, rotinas e muita aprendizagem. Mostrar humildade e foco no crescimento é o que te distingue.
O que realmente impressiona os recrutadores
Depois de centenas de entrevistas, há um padrão claro nos jovens que ficam no topo da shortlist.
Impressiona quem chega com postura profissional, quem cumpriu prazos, quem escreveu um e-mail claro, quem exibiu interesse real pela função e quem demonstrou curiosidade saudável. Os recrutadores percebem quando alguém quer mesmo aprender e contribuir, e essa atitude vale mais do que qualquer média académica.
Como te preparares para entrares no mercado com mais confiança
- Atualiza o teu CV com foco no impacto, não nas tarefas.
- Mostra resultados concretos, mesmo em projetos académicos;
- Participa em atividades extracurriculares que demonstrem iniciativa;
- Procura estágios curriculares e extracurriculares que te aproximem do mercado;
- Pede feedback a professores, mentores ou colegas com mais experiência;
- Observa vagas que admiras e percebe o que pedem para te guiares no desenvolvimento das tuas competências.
Pequenas ações acumuladas ao longo do ano fazem uma enorme diferença quando chega a hora de concorrer a um emprego real.
Conclusão
Saber o que as empresas procuram num jovem recém-licenciado pode ser a tua maior vantagem competitiva. Hoje valorizam-se soft skills, maturidade, capacidade de adaptação e vontade de aprender. Se dominares estes pilares, estás um passo à frente da maioria dos candidatos.
Agora que já sabes o que realmente faz diferença, é o momento de começares a aplicar estes insights no teu percurso profissional.